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Eu tinha uma impressão sobre eu mesmo um pouco deturpada. Claro, era eu que possuía tal impressão sobre eu mesmo, sem levar em consideração a opinião, auxilio ou o que fosse de qualquer pessoa, amiga e inimiga, afinal amigos quase não vêm defeitos, inimigos vêm aos montes. Tinha uma falsa impressão criada de tempos que me via sozinho, ou que vivia cercado. Nunca tive a sorte - ou o azar, se assim o preferir, de ser rodeado de pessoas, nem que essas pessoas dissessem coisas verdadeiras ao meu respeito. Gostava disso, me sentia confortável com minha (entre aspas) “solidão”, porque eu sabia que eu mesmo não poderia me magoar, nem me decepcionar, ou algum desses sentimentos que hora alguém sempre sentiu.

Me achava forte, corajoso, um tanto despreocupado, meio moralista (porque não?) e cheio de sonhos. Certa vez, recordo-me bem, vi uma mulher chorando, sentada numa esquina qualquer, o motivo não sei, nem me dei ao luxo de ir lá perguntar, acho isso meio deselegante, mas fiquei observando-a bem, como se visse um filme; e ela chorava e chorava e as pessoas passavam na rua e nem a notavam, só passavam. Veio-me a mente tantos motivos que poderia fazer aquele mulher chorar, e o que ultima coisa que eu lembro que fiz foi levantar e sair, agradecido por nunca ter passado por tal sofrimento. Acho que, ao passar do tempo, criei uma fortaleza por entre meu ser, para nunca poder ter que passar pelo que aquela mulher passou, a humilhação que ela passou; porém, hoje, não gosto nem um pouco dessa fortaleza que criei.

Hoje me vem à mente as coisas que não senti, os sentimentos que não vivenciei, a dor de perder alguém, a frustração de não saber o que cada palavra realmente significa. Amor, ódio, vingança, desejo, reparação, arrependimento, consolação, conforto, nada disso tem um real significado pra mim, nada disso importava pra mim, e custou-me a perceber que isso era o que tornava humano, que me tornava um ser humano, não uma maquina, um robô, sem sentimentos pra compartilhar, ou algo que o faça sentir-se vivo. Ando realmente vendo que até hoje não vivi, mas sim vegetei pelo mundo, ocupando mais um papel na sociedade que corrompe o ser. Perdoe me a franqueza, mas estou um pouco cheio disso tudo.

2 comentários:

L. G. Melo disse...

PERFEITO o post
bem expressivo
acho q vc deve se expressar sempre
sempre
embora eu n faça isso
aconselho os outros
entende?
seila
me sinto assim de vez em qd tbm
riando uma armadura contra as coisas ruins
mais que acaba me privando de muita coisa
n vivi minha adolescencia
passei por ela e so abri os olhos no final...
so vi a realidade agora
e me arrependo de te-la deixado passar em branco
claro q fiz coisas, mas poderia ter feito MUITO mais...
n se sinta assim
se de valor!
se ache bonito!
se ache divo!
isso as outras pessoas irão perceber tbm
abraço amigoo
*-*

Lance de Santidade disse...

ooowww. lembra de miim neh??? Fellipe, o tal escritorzinho pega mal, que tava falando com vc no msn sobre o livro catolico e talz... pois e.. criei um blog, entra e: www.fellipeleal.blogspot.com te logo.